25 de dezembro de 2009

Considerações sobre minha xará,Raquel

Olá!!!!!!!


Eu estava revirando uns emails antigos e me deparei com esse que recebi de um amigo há um tempinho....ele escreve lindamente sobre a história de amor entre Jacó e a mulher que inspirou meu nome: Raquel.

Como falsa modéstia não combina comigo resolvi compartilhar essas lindas palavras com vocês.Espero que gostem. Vale a pena ler até o final.


Anna Raquel



“Ó Raquelzinha!

Empresta-me a paciência por alguns parágrafos?Ontem me vi pensando na origem de seu segundo nome, na história de Jacó e Raquel, e em como essa história é bonita. Desculpe-me a intromissão, não deveria me meter e escarafunchar os alfarrábios a respeito de nomes alheios, mas desde que descobri algumas coisas sobre o meu xará mais nobre, aprendi a olhar com curiosidade a origem dos nomes bíblicos e o que se aprende com as pessoas que primeiro tiveram esses nomes. Assim, o meu xará foi exilado e se transformou em um dos principais da sua geração, um expoente na gestão pública e um servo de Deus temente a despeito das adversidades. E não poderia ter um nome mais justo: Daniel significa Deus é meu juiz.
Já Raquel é a personagem feminina de uma das maiores e mais lindas histórias de amor da Bíblia.Raquel foi a mocinha que, indo levar as ovelhas de seu pai para beber água num poço, encontra o seu primo Jacó, a quem nunca vira, e conquista para sempre o seu amor. Parece tão rápido e tão simples essa história, mas na verdade ela tem umas coisas muito mais interessantes pra se aprender. Na Bíblia, como tudo é resumido, a história de amor que levou sete anos pra se concretizar dura pouco mais que uma dezena de versículos. E, no entanto, as coisas não são tão simples nem tão rápidas assim.
Sua xará foi a amada imortal do retirante Jacó, que, pelo seu amor, comprometeu-se pela bagatela de sete anos, isso mesmo, sete anos, de trabalho gratuito e apaixonado, de sol a sol, no deserto,cuidando de ovelhas para o pai da moça. Imagine sete anos de espera naqueles tempos, em que a coisa mais ardente que um casal se podia permitir deveria ser o olhar nos olhos! Sete anos vendo a amada tão de perto e tão longe, cansar, suar, atavessar inverno, verão, envelhecer um pouco a cada dia, e esperar os dias virarem meses, os meses se acumularem em anos, e sete anos se passarem à espera de seu amor. E no entanto, a Bíblia diz que "assim serviu Jacó sete anos por Raquel, e foram aos seus olhos como poucos dias, pelo muito que a amava." (Gn 29:20) Não é lindo isso? "Pelo muito que a amava"... amava tanto que nem viu o tempo passar. Mas e Raquel nessa história? Quem foi Raquel? Pelo pouco que se diz, ela era pastora de ovelhas (Gn 29:9) "de formoso semblante e formosa à vista" (v. 17, ei, não fica se achando não, viu?). Acima de tudo, Raquel foi uma moça de boa índole, que também deve ter se apaixonado por Jacó e sofrido pacientemente os seus sete anos de espera pelo seu amado. O viu partir com as ovelhas muitas vezes para os campos e deve ter nutrido o temor de não vê-lo voltar, vítima de alguma fera. Via os anos levando a sua beleza juvenil e transformando-a numa mulher mais adulta e mais marcada pelo tempo e a espera. Sabia que os anos seriam longos, e que não podia querer adiantar o que estava estabelecido: eram tempos de honra, e o dito valia um escrito. Sete anos. Bem, passados os sete anos temos uma festa de casamento para Jacó e... Léia. O Labão, qual político do PT, prometeu uma coisa e fez outra: prometeu Raquel, mas para poupar Léia do caritó, entregou-a primeiro a Jacó (rimou!). Que decepção! Imagine a tristeza de Jacó: pensou que estava com Raquel, mas era Léia. Só descobriu a armação pela manhã. Foi reclamar ao sogro. Isso lhe custou mais um acordo. Esperar mais uma semana para ter finalmente sua Raquelzinha. Aí eu imagino que trabalhar sete anos foram moleza. Esperar esses últimos sete dias devem ter sido uma barra. Mas eles esperaram e aconteceu o que o coração queria há tanto tempo: eles foram um do outro. A história dos dois deveria ser mais explorada hoje em dia, em que vivemos a sociedade da pressa. A gente planta uma árvore de manhã e já quer que ela cresça e dê frutos até, no máximo, as três da tarde. A gente come em fast food. Eu me orgulho de pertencer a outra geração (é, tô velho e arcaico, quase trintão), aquela em que ainda se namorava, mas hoje em dia a moda entre a moçada é ficar... Ninguém se compromente mais a longo prazo, simplesmente, fica-se. Que absurdo! Vê se Jacó e Raquel ficaram? Ficaram, sim... esperando anos a fio um pelo outro! Isso sim, é ficar. Hoje em dia, as pessoas não ficam, na verdade, elas passam. "Passei com fulano", deveria ser dito. Ficar é esperar. Jacó trabalhou mais sete anos sem salário por Raquel. Imagine a Raquel vendo o marido trabalhar de graça, sem acumular patrimônio para os dois. No fim das contas, Raquel valeu a Jacó 14 anos de trabalho! É amor ou é pouca coisa? Raquel foi a mulher paciente que viu o marido encher a irmã de filhos e se manteve na sua, triste, esperando a sua vez. Ao fim da vida,ela lhe deu apenas dois filhos, José e Benjamim. E veja o resultado: um virou governador do Egito e salvaria a própria família da fome anos depois. Do outro nasceu o primeiro rei de Israel. Raquel morreu amada, e teve uma sepultura que entrou para o registro da Bíblia, porque Jacó lhe edificou uma coluna, e onde Raquel foi sepultada nasceu a cidade de Belém (Gn 35:19-20). É pouco?

Jacó e Raquel têm uma história linda de paixão e paciência. Hoje em dia, as pessoas têm pressa e superficialidade. Eles viveram um amor profundo. Hoje em dia tudo é pressa e finalidade, objetividade. Perdeu-se a noção do processo. Dia desses, visitando uma indústria têxtil, eu acompanhei o processo que leva um floco de algodão a virar fio, o fio a virar tecido, e o tecido a virar camisa. Do floco à camisa, como é longa a jornada, como é doloroso o processo! Hoje em dia o que se quer é passar do floco à camisa sem atravessar o processo. E qual é a lição de Raquelzinha e Jacozinho? É a lição do processo, o processo que Deus utiliza para transformar um homem ardiloso em uma pessoa tranformada: Jacó foi modificado no processo, junto com Raquel. Infelizmente não tenho registro do significado de Raquel. Mas é interessante que da família dela, ela seja a mais lembrada. Eu não conheci muitas Léias na vida, mas há muitas Raquels por aí. Raquel é mais lembrada, porque foi mais nobre, mais heroína, sofreu mais e seu sofrimento resultou em maiores bençãos.
Taí, ó Raquelzinha. Espero não ter te chateado muito. Mas hoje é sexta-feira, dia bom para filosofar logo de manhãzinha. Aprender com nossos xarás é uma forma de aprender de Deus, seguir o exemplo deles pode nos ajudar a também sermos bem sucedidos diante de Deus. Jacó e Raquel foram quase os únicos a ter uma verdadeira história de amor registrada na Bíblia, um amor paciente e que gerou bençãos. Que o mesmo aconteça na sua vida, sempre.

Deus te abençoe, ó Raquel Anna, do século XXI


Dan”

2 comentários:

  1. Achei a história linda! Raquel "mansa como uma ovelha"
    Aí fui ler mais sobre ela! Mas que Jacozinho safadinho! Cheio das esposas! kkkkkkk
    Maaasss Raquel era a preferida! E isso é o que vale, né Quel! kkkkkkkk
    A lição de " o amor é peciente" fica clara na história da sua xará.
    Me lembrou muito vc, sua mansidão e paciência, que por muitas vezes n entendia e n aceitava!
    Mas eu sei amiga, que o amor tudo suporta! Ele é paciente e encontrará a vitória!
    bjo minha linda amiga ovelha

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  2. bígalala!vc eh a minha leitora mais fiel!!!
    eu realmente me identifiquei muito com a história.Que bom q vc gostou!o caminho do amor nem sempre é o mais fácil mas certamente é o mais excelente!

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