2 de maio de 2010

O que aconteceu à gentileza?

Esses dias senti na pele o sabor amargo da indiferença das pessoas. Explico. Estava eu andando alegremente pela calçada do condomínio onde eu moro, feliz da vida, indo ao encontro de uns amigos, cheia de expectativas para o final de semana, numa sexta à noite que tinha tudo para ser perfeita, quando me "abestalhei" no celular e não sei como, torci o pé numa escadinha descarada que tem aqui.
Eu tentei continuar mas uma dor lancinante, que eu nunca havia sentido antes, me fez perceber que não conseguiria dar nem mais um passo.
Inebriada, com vontade de chorar(berrar na verdade), usei os únicos neurônios que ainda funcionavam para conseguir ligar para minha amiga que estava na portaria para que viesse me socorrer.
Mas acidentes acontecem, isso não me impressiona. O que me chocou nisso tudo foi a indiferença das pessoas que estavam a poucos metros de mim, que me viram quase cair, gemer de dor e que nem se moveram. Meu Deus! Que mundo é esse que a gente vive? Não quero achar isso normal, não quero achar que as pessoas são assim mesmo! Quero me chocar, quero me impressionar e porque não dizer me indignar com essa (falta de) atitude.
Não estou dizendo essas coisas porque fui a protagonista dessa história. Não. Mas eu não posso conceber que alguém sofra um acidente, ou necessite de alguma ajuda e ninguém faça nada. Não importa se a maioria age assim, se ninguém ajuda ninguém hoje em dia. Esse não é o meu normal. O meu normal é sim, ceder o lugar a um idoso, auxiliar alguém que está perdido, perguntar se está tudo bem, se posso ajudar, esse é o meu mundo!
Não importa se falta de educação, frieza e indiferença estão na moda. Sou antiquada mesmo, anormal, mas faço parte da minoria que ainda prega e pratica a gentileza, o sorriso, a cortesia, o amor. Graças a Deus anjos foram enviados para me ajudar.
Para terminar esse desabafo, te encorajo nesse começo de semana a rever seus valores. Se você é do tipo que corre quando vê que alguém está indo em direção à mesma fila que você(péssimo!), que esbarra nas pessoas e nem olha para trás, que finge que não vê a grávida ou o idoso para não ceder o assento, que vê alguém se esparramar no chão e segue o seu caminho tranquilamente, talvez seja hora de repensar suas atitudes. Um dia pode ser você ou um ente querido seu, o necessitado.
Gentileza é para todos. Ser gentil é para os nobres.