14 de junho de 2011

Ouvindo a voz de Deus

Antes Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. Jó33:14

Durante um bom tempo, ouvir alguém dizer “Deus falou comigo” me deixava encafifada.
Quem essa pessoa pensa que é? Deve se achar muito especial para dizer que Deus falou com ela! Que eu saiba Deus só fala com pessoas muito especiais,escolhidas a dedo!
Mas sabe que isso não é verdade? Deus fala o tempo todo com seus filhos. A Palavra nos ensina que os filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus(Romanos 8:14).
Sabe o que isso quer dizer? Que todos os dias Deus fala conosco, em todas as situações, das mais simples e pequenas até as mais complexas e difíceis de resolver.
A questão é que a voz de Deus nem sempre é uma voz. Aliás, quase nunca é uma voz. Às vezes esperamos uma direção em forma de uma voz de trovão, esperamos por um sinal como o sol parar, um anjo de três metros aparecer, um sonho ou até um profeta trazendo uma mensagem que começa com “eis que te digo” , “assim diz o Senhor” e coisas do tipo(não que essas coisas não aconteçam). Essas coisas acontecem também mas melhor do que receber sinais externos da vontade de Deus é ouvir dentro de nós o que Ele deseja.É estar em paz de forma a não restar dúvidas de que estamos no caminho certo.Por outro lado, é não ignorar a ausência de paz,o incômodo do Espírito quando estamos prestes a enveredar pelo caminho errado.
Meus amados, tenho aprendido que Deus não tarda em falar conosco e usa dos métodos mais inusitados para atingir nosso coração.
O que nos falta é parar, atentar para a sua voz e para as sensações que o Espírito nos provoca. Estamos ligados, conectados com o coração de Deus pelo nosso espírito. Temos o próprio Espírito de Deus dentro de nós! Como não saberemos por onde andar? Como não saberemos o que fazer ou dizer? Não nos falta direção! Não andamos mais em trevas, mas andamos na luz.

Já tentou caminhar no escuro? É inseguro, amedrontador. Sem saber o que nos aguarda, se devemos avançar, se mudamos a direção, se recuamos...mas quando há luz, vemos o que está adiante de nós. Vemos se há algum empecilho, e se o próximo passo nos leva a um abismo, mudamos o sentido e avançamos pelo caminho mais seguro.

Mas como saber quando Deus fala conosco? Como ouvir a voz de Deus? Como saber a vontade de Deus?

Primeiramente pela Palavra . Ela nos ensina tudo que precisamos saber sobre a vontade de Deus para nossas vidas. Nunca estará desatualizada,se renova, traz consolo, encorajamento, luz, é viva, faz separação entre juntas e medulas. Pode ser geral como pode ser específica!
Pode já ter dito muitas coisas, mas pode dizer algo novo num momento de necessidade!

Deus também fala através de outras pessoas. Nossa! Ele faz isso mais do que nos damos conta! As vezes um sorriso, um abraço, uma experiência compartilhada nos marca como se a própria mão de Deus nos tocasse!
Infelizmente, a maioria das pessoas tem essa como a sua única ou preferida forma de ouvir a Deus. Muitos preferem viver do que Deus fala a outras pessoas, ignorando a presença desse mesmo Deus dentro delas. Buscam o conselho dos homens porque acham mais fácil Deus falar com o outro do que com elas próprias.

Mas a maneira mais comum com a qual Deus fala conosco é por impressões no nosso espírito. Você já sentiu aquela luz vermelha acendendo por dentro antes de tomar uma decisão?
Sabe aquela coisa te “arranhando”, te freando? Sabe aquela travada que dá que parece que nos cola no chão?
É Deus falando conosco. Sabe aquela lembrança repentina daquele ente querido que você não vê há tanto tempo? Sabe aquela paz? Sim, porque a paz de Deus é nosso guia. Não está sentindo paz? Abre o olho, porque onde Deus está há paz e por ela seremos guiados! (Isaías 55:2)
Percebe o quanto Deus tem falado contigo?
Queridos, Deus nos chama para um relacionamento íntimo e verdadeiro com ele. Para de tagarelar sem parar na presença de Deus! Sossega!
Para de pedir para Ele falar e ouve! Esquece as orações cheias de jargões e frases prontas. Simplesmente fala com Ele e é certo que Ele falará com você.

11 de junho de 2011

Eu te amo.Pronto, falei

Por Fábio Ramalho

São apenas três palavras. Um pronome do caso reto, um pronome oblíquo átono e um verbo flexionado. Sintaticamente parece difícil, mas mais complicado que entender é escutar alguém dizer isso nos dias de hoje. As pessoas esqueceram que demonstrar amor não é brega.

Os argumentos são dos mais variáveis. Que isso é muito sério de ser dito; que só pode ser demonstrado em casos extremos de afeto; e até que dizer isso deixa a pessoa “entregue” demais em uma relação. Mas porque “amar” só está ligado ao relacionamento entre duas pessoas no contexto “casal” no imaginário popular? Não consegui encontrar uma gramática sequer que diga este verbo dependa da relação estabelecida.

Eu digo “eu te amo” com muito mais freqüência do que escuto. Não porque não seja amado, tenho certeza que não é isso! Também não acredito que dizer isso bestifica o ato tão nobre do “amar”. O amor permeia várias relações, tem nuances mil.

Outro dia conversava com um amigo que me contava que tem dificuldade de dizer aos pais que os ama. Eu também já tive vergonha na adolescência. Mas na idade adulta - quando eles já estão naturalmente na terceira idade - porque não dizer? Todas as vezes que falo com minha mão ao telefone eu termino dizendo exatamente isso. Sou do tempo em que se ainda pedia benção para a mãe ao se aproximar ou se despedir dela. Tudo bem que não é um hábito tão corriqueiro, mas aprendi seu valor. Quem me dera ter essa maturidade antes. Eu teria dito muito mais vezes “eu te amo” ao meu pai antes de sua partida. E hoje o que dizemos e escutamos dos nossos filhos?

Não sei que espírito foi esse que hoje baixou em mim. Talvez seja a proximidade com o dia dos namorados que invoca o “eu te amo” mercantilizado em dose de apenas um dia. Talvez tenha sido a matéria que exibimos ontem, onde um casal que morava junto há 3 anos nunca havia escutado esse “eu te amo” um do outro!

Calma. Minha idéia não é que todos devam dizer um singelo “eu te amo” no lugar do tradicional “bom dia” na porta do elevador. Também não acho que essas três palavrinhas devam passar pela cabeça e sair pela boca sem realmente se perceber o sentido de tal frase. Com diz o ditado: “nem tanto ao mar, nem tanto à terra.” Mas porque só dizer eu te amo para quem é namorado ou namorada no dia 12 de junho? Dava até pra começar uma campanha aqui do “eu te amo” - mesmo para quem não é namorado - desde que se ame, em qualquer esfera que o sentimento possa estar.
Eu digo, sem vergonha alguma, “eu te amo” - em letras garrafais - para as pessoas que fazem parte da minha vida e me retribuem esse carinho. Cabem nos dedos de uma mão esa contagem, mas eu digo. Se não valer a premissa cristã bíblica que trata do amor, que pelo menos valha o construtivismo até de quem não acredita em nada. Não falar por vergonha, medo ou exitação... não rola.

Quem se sente amado e demonstra amar valoriza mais a vida. Mesmo me sentindo o demagogo de plantão, preciso dizer: quem ouve e fala isso pensa duas vezes antes de puxar um gatilho, de agredir, de injuriar. Numa relação de "casal" então nem se fala. Ou melhor... se fala sim! Se expõe o quando se sente.

Diga isso hoje. Você pode ter uma surpresa em troca.

7 de junho de 2011

Graça II

A graça de Jesus tem me tirado de tempo ultimamente,tem me feito entender cada vez menos o amor de Deus e consequentemente amá-lo cada vez mais. Dentre as várias contradições do evangelho, a graça é uma das mais fascinantes e intrigantes pra mim. Não dá pra entender a graça, a gente só pode aceitar. Não dá pra conquistá-la, merecê-la. Ela é uma mão estendida em nosso favor invariável e inexplicavelmente.
Alguém me pergunta,por que? Pergunte a uma mãe porque ele amamenta o seu filho. Tem justificativa para esse tipo de ato? É amor puro. Ela dá e se doa porque ama, e ama porque ama. Amou desde sempre, e sempre vai amar.
Mas a gente tem dificuldade de aceitar respostas simplistas.
“Não deve ser só isso....deve ter algo que eu precise fazer para conquistar, para fazer por merecer pelo menos um pouquinho dessa graça. Afinal de contas nada nessa vida vem de graça.”
Acho que foi isso que um certo jovem pensou quando foi ao encontro de Jesus certa vez:

"Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" Marcos 10:18

Jesus começou a citar os mandamentos e imagino a sensação de alívio que tomava o coração desse jovem, ao perceber que estava cumprindo a Lei desde sua adolescência. O que ele não sabia é que para o homem é impossível cumprir toda a Lei. Mesmo cumprindo os seis primeiros mandamentos citados por Jesus, ele esbarrou no primeiro. O amor a Deus acima de todas as coisas havia sido tomado pelo amor às riquezas, ao dinheiro e aos muitos bens que ele possuía.
Logo se viu impotente. Ele também precisava da graça.
Não tem jeito, não importa o quão bom filho, bom marido, bom funcionário, bom pai você seja. A natureza humana, falha e caída como é, mais cedo ou mais tarde vai expor a carência e necessidade extrema e desesperada da graça de Deus.
Os assassinos precisam da graça, os bons moços também. Os falsos, mentirosos, violentos, cruéis, as prostitutas precisam da graça, mas aquele seu vizinho moralmente incorrigível também.
O jovem saiu triste da presença de Jesus quando percebeu que tudo que ele fazia não era suficiente para herdar o Reino de Deus.
Muitos vivem assim, tristes, frustrados, se sentindo incapazes de herdar o Reino simplesmente porque não aceitam a contradição da graça. É só dizer que sim, é só receber, é estender a mão e aceitar. Simples assim.
Esqueça as fórmulas, os rituais sagrados, a lista interminável de proibições. É de graça!

Pai, eu te amo! Descobrir a Tua graça mudou a minha vida! Antes perdida, sem rumo, um vazio imenso dentro de mim... tentava fazer tudo certinho para ter o reconhecimento e a aceitação das pessoas que, tão perdidas e vazias quanto eu só tinham críticas a oferecer. Resultado: frustração!
Mas hoje fui encontrada, amada, restaurada, aceita e só precisei dizer sim para o teu amor!
Eu não entendo...mas reconheço que preciso e aceito esse amor, esse braço estendido. E sabe Pai, Ele é tudo que eu preciso!