6 de abril de 2010

Família

“Se alguém não cuida dos seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.”
I Tim 5:8


Lembro-me muito bem o dia em que vi esse versículo pela primeira vez na Bíblia. Estava vivendo uma mudança radical na minha vida. Meus hábitos minha maneira de pensar, de me comportar e até mesmo de me vestir estavam sofrendo mudanças. Deus havia começado sua obra em minha vida. Eu estava um caco por dentro, podre, totalmente destruída, vivendo de uma falsa aparência, mas por dentro meu espírito clamava por socorro, até que o Jesus veio ao meu encontro. Ahhh que dia lindo!! Nunca vou me esquecer. Mas essa história eu conto outro dia. Voltando...
Eu estava engatinhando na fé, faminta, sedenta, desesperada por conhecer mais esse Jesus, e foi nesse período que Ele falou comigo sobre a necessidade de amar mais minha família. Mais do que isso, de cuidar e zelar por ela.
Eu amava meus irmãos, meus pais, mas não conseguia demonstrar meu amor por eles. Tratava as pessoas de fora muito bem, conquistava a simpatia e o carinho de todos, servia qualquer um que precisasse de mim, mas quando chegava em casa não tinha a menor paciência. Generosidade então? Nem pensar! Não me importava se estavam bem ou não, se precisavam de mim. Eu tinha muito mais o que fazer e eles bem que podiam se virar sozinhos né? Queria ganhar o mundo para Cristo e não me dava conta de que os meus estavam se perdendo.
Até que um dia essa palavra atingiu o meu coração como uma flecha e mudou a minha vida. Comecei a ver minha família como meu primeiro ministério, como minha primeira escola prática de tudo que eu aprendia com Deus. Ele fez brotar em meu coração um amor tão grande por eles que nem sei explicar.
Quanta coisa mudou de lá pra cá. Quantos milagres o amor pode operar! Poderia listar aqui vários...
Jesus curou as feridas que nem eu sabia que tinha, restaurou os laços que as palavras, as ações e as omissões haviam destruído e nos fez uma família novamente, e não apenas um grupo de desconhecidos que se conhecem desde sempre.
Ainda estamos longe de sermos perfeitinhos, ainda nos estranhamos de vez em quando, ainda somos inexplicavelmente iguais e completamente diferentes. Mas hoje olho para eles como parte de mim e me esforço para que recebam o meu melhor antes de qualquer pessoa.
Infelizmente a hora de voltar para casa para alguns é a pior do dia. Ali, as máscaras, o sorriso político, a gentileza forçada são totalmente desnecessários. Mas como é bom poder chegar em casa e sentir uma atmosfera de paz, sentir que ali sim estamos acolhidos. Sentir que apesar de todas as lutas externas, de todas as pressões do dia-a-dia, temos o amor incondicional dos nossos.
Você é uma pessoa querida por todos, cheia de amigos? Que bom! Mas o que a sua família diz de você? Como seus pais, seu cônjuge, seus filhos, seus irmãos te descreveriam? De que adianta sermos bons para todo mundo se para os que nos conhecem de perto somos péssimos?
Não sei como é para você se relacionar com sua família mas se as coisas não andam muito bem,sugiro que comece a agir diferente hoje. Vamos parar de esperar que o outro comece, que o outro melhore. Isso pode não acontecer nunca! Tome a iniciativa...faça uma gentileza, um elogio, um carinho, cesse a reclamação, abra mão do direito de revidar, cale-se. Vamos lá, você consegue! No começo é bem difícil, esquisito até. A gente se sente meio tolo, mas logo, logo os frutos aparecem. E o melhor lugar de comer esses frutos é na nossa casa. É o primeiro lugar e o mais importante.
O amor derramado por Deus em um coração é capaz de cobrir todas as faltas e compensar todo tempo perdido.
Perguntaram a madre Teresa de Calcutá o que poderíamos fazer para promover a paz mundial.Ela disse: Vá para casa e ame a sua família.

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